Unidas prevê mais aquisições na área de tecnologia

Locadora comprou a Getrak, de telemetria e rastreamento de veículos, e sonda outras startups.

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Nos últimos quatro anos, a Unidas fechou 15 aquisições. (Foto: Divulgação)

Depois de anunciar nesta semana a compra Getrak (Nexcorp), de telemetria e rastreamento de veículos, a locadora de automóveis Unidas continua atenta a oportunidades de aquisição sobretudo  na área de tecnologia, disse o presidente da empresa, Luis Fernando Porto, em conversa com o Valor. Nos últimos quatro anos, a Unidas fechou 15 aquisições.  

O mercado está bastante aquecido para M&A em todos os segmentos e a própria Unidas está em negociação para ser incorporada à Localiza, líder do setor. “Temos novas empresas em avaliação. (Aquisições) estão no DNA da Unidas e a gente faz isso muito bem. Gostamos de trazer empresas e pessoas para o grupo. Já em negócios que a gente não domina, é uma maneira de crescer que a gente acredita ser muito forte”, disse.

A compra mais recente é a Getrak, por um total de R$ 120 milhões (entre dinheiro e ações da locadora). O negócio, que foi anunciado no início desta semana, é do mesmo segmento da iTER, que foi adquirida em dezembro. Antes da compra, a Unidas tinha um fornecedor para executar o rastreamento de parte de sua frota.

“Neste ano e no ano que vem estamos passando todos os carros que eram desses fornecedores para a iTER (conforme vão se encerrando os contratos). A gente acredita que, em no máximo dois anos, vamos ter toda a nossa frota conectada e rastreada”, disse. A locadora fechou o segundo trimestre deste ano com uma frota total de 178.608 veículos.

Somente a Getrak tem um total de 786 mil assinaturas e 830 clientes. O executivo disse que haverá uma forte sinergia na junção da nova empresa adquirida com a iTER – ainda não foi definido qual e se as duas marcas vão continuar operando com estes nomes. “Com as duas, temos mais de 1 milhão de carros conectados. A Unidas pode oferecer aos seus clientes essa tecnologia. E podemos oferecer também os serviços da Unidas aos clientes das duas empresas”, explicou.

Porto defendeu ainda que o plano da locadora de continuar o seu crescimento via aquisições não foi deixado de lado diante das negociações para incorporar a Unidas à Localiza. “Está previsto que nós poderíamos fazer essas iniciativas e eles também até a aprovação do Cade. O negócio (incorporação) está sob avaliação. E caso ele seja aprovado essas empresas (compradas) irão para o grupo Unidas e Localiza”, disse.

Resta agora o veredicto do Cade acerca do negócio com a  Localiza. Na semana passada, a concorrente Movida voltou a se manifestar contrária.

Em parecer, a locadora argumenta que além de serem as duas maiores empresas do mercado de aluguel de veículos, Localiza e Unidas são também as rivais mais próximas e de menor preço no mercado nacional – entre 11% e 14% menor do que a Movida, que é terceira colocada. Desta forma, a junção poderia trazer preços maiores aos consumidores.

Nos bastidores no Cade, corre que a incorporação, avaliada desde fevereiro, pode ser rejeitada. Segundo fontes informaram ao Valor, ao se debruçar sobre acordos de exclusividade firmados com outras empresas do ramo, a equipe técnica do Cade enxergou riscos sérios à competitividade e não estaria encontrando “remédios” (compensações) na direção de uma aprovação do acordo. Segundo fontes, o veredicto da SG deverá sair nas próximas semanas.

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