Synerjet investe para ampliar frota da Amaro Aviation

O negócio engloba investimento de R$ 500 milhões em 1 aviões, a serem comercializados no sistema de propriedade compartilhada

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A Synerjet, representante da marca suíça na América Latina, vai bancar 12,5% do valor investido no negócio. (Foto: Divulgação/Synerjet e Amaro)

A Amaro Aviation fechou uma parceria com a Synerjet para a aquisição de 12 aviões da marca suíça Pilatus, sendo quatro PC-24 e oito PC-12. O negócio engloba investimento de R$ 500 milhões nas aeronaves, a serem comercializadas no sistema de propriedade compartilhada.

A Synerjet, representante da marca suíça na América Latina, vai bancar 12,5% do valor. O plano é vender oito cotas em cada avião e a Synerjet será dona de uma em todos eles.

Marcos Amaro, fundador e presidente do conselho da empresa, disse que o negócio leva o grupo a novos patamares no mercado de aviação. A meta é alcançar 80 aviões sob sua administração nos próximos 10 anos e ampliar suas bases por diversos mercados - hoje, a hangaragem é feita no aeroporto Catarina, da JHSF. “O ideal é que em 10 anos tenhamos bases espalhadas em todo o Brasil”, disse Amaro, filho do comandante Rolim Adolfo Amaro, fundador da TAM (atual Latam).

“Ficamos muito satisfeitos com o início do projeto e com o cuidado com o produto. Com isso, decidimos entrar junto no investimento”, disse José Eduardo Brandão, presidente da Synerjet. O executivo contou que essa foi a primeira vez que o grupo comprou cotas em aviões vendidos a clientes.

As novas aeronaves, cujas entregas devem acontecer nos próximos cinco anos, vão se somar às outras da Pilatus já entregues ao grupo (PC-12 e PC-24) - ambas com 70% de cotas vendidas. No total, são 10 aeronaves hoje no portfólio, sendo três com cotas.

Francisco Lyra, presidente da Amaro Aviation, explicou que o racional por trás da aquisição é abrir uma janela maior de clientes, sobretudo no agronegócio.

“No Brasil, há cerca de 4 mil aeroportos possíveis de se operar com essas aeronaves, que podem pousar em pistas não pavimentadas”, disse. Das pistas privadas, cerca de 1,3 mil são pavimentadas. O modelo PC-12 consegue pousar em pistas curtas, a partir de 600 metros.

Há diversas formas de se compartilhar avião no Brasil como tranferir o ativo para uma empresa, cujos sócios podem dividir o uso, ou via cooperativas ou condomínios. Mas a ausência de uma regulamentação trazia incertezas.

Uma delas é sobre quem recaía a responsabilidade por acidentes. Antes, todos os cotistas poderiam ser responsabilizados. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no ano passado, definiu regras mais claras para o e determinou que a responsabilidade é do administrador do avião.

Com um cenário mais favorável aos negócios, a Amaro tem lançado esforços para abordar empresas de diversos segmentos, sobretudo no varejo. “Hoje, toda rede de varejo tem avião próprio”, disse.

O plano de expansão da Amaro Aviation tem sido acompanhado de perto pelos controladores. Marcos Amaro, que é artista plástico, cuidou do logo da empresa junto de sua mulher Ksenia Kogan Amaro, que é sócia no negócio e presidente da Amaro Aviation Suíça.

Segundo Ksenia, o objetivo do grupo é trazer uma experiência de aviação executiva para o Brasil nos moldes do que é visto na Europa. “Queremos um atendimento personalizado, A ideia é que o cliente se sinta em casa”. Nas aeronaves, as louças utilizadas são da marca francesa Hermés.

A sede da Amaro na Suíça abre espaço para que os clientes usem suas cotas também na Europa - modelo baseado na norte-americana NetJets, de Warren Buffett. Lá, a Amaro conta com um PC-12 e um Falcon com empresas parceiras, além de outro PC-24 a ser entregue em maio de 2023.

O grupo também aguarda liberação para operar na modalidade de táxi-aéreo, ampliando assim o aproveitamento das aeronaves quando não utilizadas pelos cotistas. O setor tem sido incentivado pelo governo, sobretudo com a liberação de vendas avulsas de assentos em táxi-aéreo, que segundo especialistas tem potencial para fomentar linhas alternativas.

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico. 

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