O Rosewood Hotels & Resorts, com atuação no segmento de luxo em 17 países, conseguiu uma retomada importante nos negócios depois do caos que foi 2020 na indústria de hotelaria. Radha Arora, presidente da companhia com base em Hong Kong, diz que, na média, os resorts do grupo fecharam 2021 com faturamento 30% acima do registrado em 2019. Em janeiro, o grupo inaugurou o seu primeiro empreendimento na América do Sul, o Rosewood São Paulo, no complexo de luxo Cidade Matarazzo.
A recuperação, conta Arora, tem ocorrido sobretudo nos resorts localizados no Caribe, México e Itália. “A diária média está atingindo níveis que nunca foram vistos, mesmo antes de 2019”, disse.
Após as limitações de fronteira, tem crescido o tráfego de turistas entre a Europa e Estados Unidos. Uma das tendências a favorecer o segmento é a viagem em família, que eleva a ocupação dos estabelecimentos e a diária média.
“As propriedades nas cidades estão enfrentando mais desafios”, diz, apontando um cenário ainda complexo na Ásia, enquanto Europa e Estados Unidos passaram a trazer uma retomada importante.
O executivo não dá detalhes sobre o impacto do primeiro ano da pandemia sobre os negócios do grupo. Mas sinaliza que 2020 foi um período difícil e de aprendizado, mas colaborou para que a empresa conseguisse atravessar 2021 com mais tranquilidade.
“Em 2020 as pessoas estavam tentando entender a pandemia. No fim daquele ano, as pessoas começaram a ter mais confiança. O ano de 2020 foi uma experiência e isso nos ajudou a construir 2021, em que atingimos níveis recordes em muitas propriedades”, afirma.
No total, a Rosewood opera hoje 29 hotéis e resorts, além de outros 24 em construção ao redor do mundo. A companhia foi originalmente fundada em Dallas, nos Estados Unidos, em 1979, mas foi comprada em 2011 pelo grupo asiático New World Hotel Group - que em 2013 passou a se chamar Rosewood Hotel Group.
Junto da retomada do mercado, o executivo apontou otimismo em 2022 com uma nova empreitada: o Rosewood São Paulo, primeiro hotel do grupo na América do Sul. A unidade fica no Cidade Matarazzo, complexo de luxo idealizado pelo empresário francês Alexandre Allard e em desenvolvimento na área em que funcionou o extinto Hospital Umberto I, mais conhecido como Hospital Matarazzo.
A primeira etapa do hotel, inaugurada em janeiro, ocupou a antiga maternidade Condessa Filomena Matarazzo, com 46 quartos. Os outros quartos e suítes da Torre Mata Atlântica ficam prontos em abril - no total, serão 160 suítes e apartamentos.
“Foi uma maternidade em que meio milhão de paulistanos nasceram”, diz o executivo, com orgulho de ter trazido o hotel para uma estrutura emblemática. A diária para se hospedar no empreendimento parte de R$ 2,8 mil e pode chegar a R$ 6,9 mil.
O plano de vir para o Brasil começou há cerca de 10 anos. “Sempre que olho para o passado, eu penso na perseverança que tivemos de ter para desenvolver esse projeto. A jornada que esse projeto atravessou. E agora vemos os frutos do nosso trabalho”, diz.
O grupo sempre procura dar um toque de cultura local a seus empreendimentos. No novo hotel paulista, há mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros.
Depois do primeiro passo na região, seria natural esperar novos empreendimentos do grupo por aqui. O executivo, entretanto, disse que não há planos por agora. “O foco é fazer essa nova propriedade funcionar. E quando sentirmos que deixamos essa propriedade no ponto, vai ser tempo de olhar de forma proativa para outras oportunidades”, afirma o executivo.
Arora diz que, apesar do foco do grupo no Rosewood São Paulo, a companhia está de braços abertos para avaliar oportunidades fora do radar. “Se aparecer algum parceiro local, que viu o que somos capazes de fazer, e esse parceiro quiser trabalhar conosco, certamente vamos avaliar.”
O executivo visitou o Brasil pela última vez há cerca de sete anos. Ele pretende voltar em abril, quando aproveitará a oportunidade para conhecer novas cidades.
Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico.
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