A Ouro Verde, a quarta maior locadora do país e focada em gestão e terceirização de frotas, lança hoje o seu programa de assinatura de veículos, o Ouro Verde Smart, com investimento de R$ 140 milhões na antecipação de pedidos de carros junto às montadoras para este ano.
O foco é abraçar um público de pequenas e médias empresas que antes não eram assistidas, com frotas partindo em um carro. “No desdobramento desse projeto faz todo o sentido chegar na pessoa física”, disse o presidente da locadora, Cláudio Zattar, sinalizando uma nova janela de oportunidade para o grupo a ser explorada em meados do ano que vem.
Zattar disse que a falta de veículos no mercado motivou o investimento na antecipação de pedidos nas montadoras de 2.500 unidades, sendo que 500 já estão em estoque.
A ideia é evitar frustrar os clientes ao ter de esperar muito tempo para recebe o veículo por causa das dificuldades de produção. O gargalo tem comprometido o negócio de assinatura de veículos de concorrentes, sobretudo na demanda por SUV. “A gente tomou esse risco e estamos investindo em estoque mais padronizado”, disse.
A empresa teve um lucro líquido de R$ 39,2 milhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 190,4% na comparação com o registrado um ano antes. A receita líquida foi de R$ 220,3 milhões, alta de 6,2%.
A empresa fechou o segundo trimestre com uma frota de 20.931 veículos leves. Zattar destacou que o plano do grupo é chegar perto dos 25 mil veículos leves até o fim do ano que vem. O novo segmento, de assinatura, deverá responder por 4 mil leves até lá, ou 16% do total. Há espaço para crescer ainda mais com a entrada da pessoa física no negócio.
A locadora, que foi adquirida em 2019 pela investidora global Brookfield, tem tocado pilotos e conversado com empresas para o negócio de assinatura desde o final do ano passado.
Zattar, que foi diretor por seis anos na Localiza, disse que as locadoras do país davam pouca atenção às empresas menores - com demandas abaixo de 30 veículos. O mercado, entretanto, passou a crescer.
O braço de assinatura com foco em pessoa física, por sinal, tem sido explorado por concorrentes, como o Localiza Meoo, lançado em setembro do ano passado, o Unidas Livre e o Movida ZeroKM. A sinalização das empresas é que o mercado tem forte janela de crescimento e tem atraído consumidores.
Os executivos da Movida dizem que ele pode se tornar até maior do que o aluguel de carros no futuro. Mesmo com o otimismo, nenhuma das três líderes liberou detalhes sobre o negócio até então e se limitaram a dar dados globais sobre o segmento de gestão e terceirização de frotas.
Com a oportunidade no horizonte, até as próprias montadoras passaram a oferecer assinatura de veículos, como Toyota, Audi, Fiat e Jeep.
No caso da Ouro Verde, o sistema abrirá o escopo da locadora para abraçar pequenas empresas com intenção de frota a partir de um veículo – hoje, no mínimo, os clientes da Ouro Verde tinham frota de 20 veículos.
O presidente da empresa sinalizou ainda que, no futuro, há espaço para levar a assinatura também ao segmento de pesados. “Ainda estamos em definição, mas temos esse lado. Até porque a pequena e média empresa que pega carro conosco também precisa de caminhão, de carreta”, disse.
“O mercado começou a mudar com as empresas percebendo a necessidade de investir no próprio negócio e não deixar capital em frota”, acrescentou. No pacote básico, um HB20 sedan com com pacote de mil km por mês no contrato de 36 meses sai a partir de R$ 1.397 por mês.
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