Os passageiros voltaram às salas VIPs dos aeroportos mas ainda em número abaixo do registrado no período pré-pandemia. Os espaços reservados ao turista que voa na executiva ou na primeira classe estão sendo reabertos pela Latam, enquanto Azul e Gol mantêm os seus fechados. Os bancos Bradesco e Safra investem no formato e a britânica Collinson, também.
Segundo dados das operações globais da Collinson, o número de passageiros que frequentaram as salas VIPs, usando o programa Priority Pass, cresceu 28% em julho, em relação a junho. No primeiro semestre, o aumento foi de 46%, comparação com o segundo semestre de 2020.
O fluxo, mesmo assim, ainda está bastante abaixo dos níveis pré-pandemia. De janeiro a agosto de 2019 foram 38 milhões de visitas globais, número que caiu para 10 milhões em igual período de 2020 e para 9,1 milhões neste ano, até agosto. A Collinson tem em seu portfólio 1.300 salas, em 650 aeroportos, em 148 países.
“Vemos que a retomada foi um pouco mais rápida no número de voos do que nas visitas às salas. Estamos ainda 76% abaixo dos índices de 2019 (operação global)”, disse o diretor da Collinson no Brasil, Henrique Donnabella. No Brasil, o grupo administra o programa Priority Pass em 30 salas, que já foram reabertas. Globalmente, 75% das salas que recebem passageiros pelo programa atua estão funcionando.
Além de administrar o Priority Pass, que dá acesso a salas operadas por terceiros, a companhia opera espaços VIP diretamente, com a empresa Airport Dimensions. É este negócio, que tem salas em 50 aeroportos, que a Collinson está trazendo ao Brasil.
A Airport Dimensions fechou uma joint venture com a Ambaar Lounge, que operava a sala VIP da Star Alliance (aliança global de companhias aéreas, com sede em Frankfurt) no aeroporto internacional de Guarulhos, hoje com o banco Safra. A joint venture está sendo rebatizada de Ambaar Club. A ideia é, de início, estar em quatro aeroportos no país até o fim do ano - os terminais escolhidos ainda não foram divulgados.
O Bradesco retomou sua operação de salas VIP, mas com ajustes operacionais para evitar aglomeração. O bufê, por exemplo, oferece alimentos embalados individualmente e entregues aos clientes por um funcionário. No total, o banco tem 11 salas (entre próprias e em parcerias) em aeroportos, com voos domésticos e internacionais. Segundo o banco, fluxo de passageiros em suas salas está quase no nível da pré-pandemia.
Em maio, o Banco Safra lançou o Espaço Banco Safra, sala VIP localizada no terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos e que era da Star Alliance. Na pandemia, o banco optou por reduzir o horário de funcionamento - vai das 11 horas da manhã até 3 horas da madrugada. A empresa foi procurada pelo Valor para comentar o atual fluxo de turistas, mas como se trata de uma estrutura recente, ainda não há dados comparativos.
No caso da Latam, que possui cinco salas VIPs no país e no exterior, três estão abertas nos aeroportos de Guarulhos, Miami e Santiago - todas com capacidade reduzida. A companhia aérea ainda tem previsão de reabrir as salas VIPs dos aeroportos de Bogotá e Ezeiza (em Buenos Aires), em novembro.
“A Latam tem trabalhado para reabrir as suas salas VIP de forma progressiva. Temos adaptados todos os nossos serviços de acordo com as regulamentações locais de cada país como alimentação, bebida, limpeza e saneamento”, informou a companhia, que está em recuperação judicial.
Algumas operações continuam fechadas. É o caso da sala da Azul no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A empresa não tem previsão de reabertura.
A Gol, que tem quatro salas VIPs, optou desde o início da pandemia por suspender temporariamente a operação dos lounges domésticos e internacionais, em Guarulhos e no Galeão, no Rio. “Dentro do nosso pipeline hoje temos a reabertura das nossas salas como prioridade, e assim o faremos quando tivermos o cenário ideal para isso”, disse a empresa.
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