Movida tem balanço robusto, com demanda maior e preços em alta

A demanda por aluguel de veículos cresceu, em especial para viagens turísticas de curta distância, e a companhia aumentou o preço da diária em 37%, em relação ao trimestre de 2020.

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A receita líquida de aluguéis foi de R$ 730,6 milhões, a maior da história para um trimestre. (Foto: Reprodução/Facebook)

Surfando em um cenário bastante favorável ao setor de locação de veículos, a Movida registrou crescimento robusto na receita e no lucro do terceiro trimestre deste ano. A demanda por aluguel de veículos cresceu, em especial para viagens turísticas de curta distância, e a companhia aumentou o preço da diária em 37%, em relação ao trimestre de 2020.

O lucro líquido cresceu 597%, para R$ 259,4 milhões. A receita líquida consolidada de R$ 1,6 bilhão teve alta de 52,1%, no mesmo período. A receita líquida de aluguéis foi de R$ 730,6 milhões, a maior da história da companhia para um trimestre.

O turismo de curta distância levou a empresa a bater recorde de ticket médio no braço de aluguel de carros (RAC, no jargão do setor) de R$ 96,6. A taxa de ocupação foi de 82,9% no trimestre, contra 82,7% em igual trimestre de 2020.

Em entrevista ao Valor, o presidente da locadora, Renato Franklin, traçou um cenário promissor. “Hoje, nosso mix é maior no mensal, que tem ticket médio inferior, do que no diário. Aos poucos a gente está voltando a ter mais carro no aluguel de diária”, disse. Entre as alavancas para o crescimento está a retomada dos aeroportos, que puxa a demanda nas proximidades dos terminais.

Com as montadoras enfrentando desafios para produzir carros por causa da falta de chips no mercado, o braço de seminovos continua fortalecido. No terceiro trimestre, a Movida conseguiu vender veículos seminovos por um preço médio recorde, de R$ 58,733 mil - alta de 30% na comparação com igual trimestre de 2020.

Segundo Franklin, o cenário de aperto na cadeia produtiva automobilística deve perdurar. “Antes, a gente chegou a dizer que no segundo trimestre do ano passado havia expectativa de melhora. Hoje, pelo que conversamos com as montadoras, essa melhora só vira em 2023, com a normalização do fornecimento de chip e a reorganização de outros fornecedores”, disse. 

O executivo deu perspectivas favoráveis para as festividades de fim de ano, assim como para as férias de janeiro e Carnaval. “Teremos um quarto trimestre muito forte”.

Conforme Franklin, atualmente os consumidores já enfrentam dificuldade para encontrar veículos nas locadoras, cenário que deve se ampliar no fim do ano.

Ele está otimista com o negócio de assinatura de veículos - que tem sido uma aposta firme em todas as grandes locadoras do setor. Nenhuma divulga dados específicos desse segmento. O executivo informou que o braço de assinatura tem margem Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização), TIR (taxa interna de retorno) e ROIC (retorno sobre capital investido) maiores do que todos os outros segmentos da empresa.

O serviço de assinatura, chamado de Movida Zero Km, fica dentro do braço de Gestão e Terceirização de Frotas (GTF), que registrou, no terceiro trimestre, receita líquida média mensal por carro de R$ 1.408, alta de 13,5% na comparação anual.

“Os novos contratos [no GTF como um todo] já estão com média de R$ 2.014 e o Movida Zero tem ajudado a puxar esse ticket médio para cima”, disse.

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico.

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