Latam pode conseguir liberação para voar com menos tripulantes nesta quarta, diz Anac

A mesma liberação já foi concedida às aéreas Gol e Azul

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O desafio do setor tem sido a escalada no número de pilotos e comissários contaminados pela nova variante de covid-19, ômicron, e pela influenza,. (Foto: Johnson Barros-Inframerica)

A Latam deve conseguir ainda nesta semana uma liberação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar com um número menor de tripulantes. Segundo a agência, a liberação pode sair na edição desta quarta do “Diário Oficial da União”. A mesma liberação já foi concedida às aéreas Gol e Azul.

O desafio do setor tem sido a escalada no número de pilotos e comissários contaminados pela nova variante de covid-19, ômicron, e pela influenza, o que tem afastado muitos deles do trabalho e dificultado a operação. Milhares de voos precisaram ser cancelados na Azul e Latam, que estavam operando já perto ou acima dos níveis pré-pandemia, o que fez as empresas terem menos margem de manobra para realocar funcionários. A Gol disse não ter registrado cancelamentos por esse motivo.

O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil 121 estabelece que aviões com capacidade de assentos de mais de 100 passageiros precisam ter dois comissários, além de um comissário adicional para cada unidade (ou parte de unidade) de 50 assentos de passageiros acima (ou seja, um avião com 180 lugares, mas com 120 passageiros, precisaria mesmo assim de quatro comissários).

O que a Anac autorizou temporariamente é que passe a valer o número de passageiros. Ou seja, um avião com 180 lugares, mas com 120 passageiros, poderá voar com três comissários.

A liberação da Latam, a ser publicada, terá validade até o dia 17 de março, segundo a Anac. Por aqui, a empresa opera basicamente com A320neo e A320 (os dois com 176 lugares) e A319 (140 lugares) e o A321 (216 lugares). Em nota, a empresa disse que entrou com o pedido e aguarda manifestação da agência.

No caso da Gol, a medida foi publicada ontem, no DOU, e vale para as aeronaves Boeing 737-800 e 737-MAX, ambas com capacidade para 186 passageiros. No caso da Gol, a exceção tem validade até 14 de março.

Já a liberação da Azul saiu no último dia 13 também no DOU e terá validade até o dia 13 de março. A exceção vale para os modelos da Embraer E2 (136 assentos) e E1 (118) e para o Airbus A320 (174 assentos).

Todas as empresas terão de informar, a cada 15 dias a contar da publicação das respectivas portarias, a relação de voos nos quais houve redução no número de comissários, informando data, matrícula do avião, número do voo e hora da decolagem.

Em nota, a Azul disse que com o aumento no número de dispensas médicas de tripulantes por covid-19 e outros sintomas gripais, a medida da Anac se torna mais um instrumento de auxílio à regularidade das operações aéreas. “No entanto, a Azul destaca que somente fará uso desta autorização em casos de extrema necessidade para garantir o cumprimento de suas operações, sem prejuízo à segurança de voo”.

Já a Gol disse que tem tomado medidas internas e externas, todas dentro das normas regulatórias, para garantir a operação de seus voos em meio ao registro de aumento de casos de covid-19 e influenza desde o início de janeiro, mas disse não ter registrado cancelamentos por este motivo.

“A Gol reforça que seguirá programando seus voos a serem realizados por aeronaves Boeing 737-800 e 737 MAX 8, com capacidade para 186 passageiros, para quatro comissários. A redução para três comissários será feita apenas em casos de extrema necessidade para os voos que tiverem no máximo 150 passageiros. Desta forma, nenhum cliente será afetado”. Segundo a empresa, até o momento, a Gol operou apenas um voo com três comissários em aeronave que viajou com 130 clientes a bordo.

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico. 
 

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