O presidente global da Latam, Roberto Alvo, demonstrou confiança no sucesso da empreitada da empresa na direção de conseguir a aprovação de credores ao seu plano de reorganização apresentado na madrugada de hoje. Segundo ele, o apoio que o grupo tem hoje nas mãos por parte dos credores já seria suficiente para conseguir o veredicto favorável.
Ontem, a empresa divulgou seu plano de reestruturação com uma injeção de US$8,19 bilhões ao grupo por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida. “O plano de ontem tem a aprovação de 71% dos credores, sendo que para ser aprovado pela lei americana ele precisa de 2/3 (66%) dos credores. O apoio de credores na proposta apresentada já é suficiente para aprovar plano”, disse, durante teleconferência com jornalistas neste sábado.
O executivo explicou que agora o plano apresentado passará por validação da justiça (por meio de aprovação da Declaração de Divulgação do Capítulo 11). A estimativa do executivo é que essa aprovação aconteça até o dia 27 de janeiro, que é a data da próxima audiência. Até lá, segundo o executivo, a empresa continuará com exclusividade para debater o plano com os credores.
“A exclusividade continua durante o processo de solicitação de votos. A nossa proposta é a única que pode ser votada. Não existe possibilidade de se apresentar um plano alternativo até a finalização de votação”, disse. A data em que a votação vai acontecer, entretanto, ainda vai ser definida em janeiro pela Justiça norte-americana. Até ontem a empresa tinha exclusividade para apresentar o plano aos credores. A data era o prazo máximo permitido pela justiça de 18 meses – o grupo pediu postergação por cinco vezes.
O executivo foi confrontado sobre as abordagens da Azul na direção de comprar parte ou todo o negócio da Latam. Segundo o executivo, a Azul chegou a apresentar uma proposta, mas que estava “incompleta e insuficiente”. A chilena teria recebido ainda outras propostas de outras aéreas, mas que segundo o executivo todas são confidenciais e não há a necessidade hoje de se abrir esse conteúdo.
Alvo disse que a estimativa da empresa é sair totalmente do chapter 11 em meados de 2022, uma vez que depois da aprovação na Justiça dos Estados Unidos a empresa terá de avançar com a aprovação também no Chile e nos órgãos que regulamentam o mercado de capitais naquele país.
Alvo foi questionado ainda se a empresa não veria um desafio pela frente diante da divisão de ações, que tem privilegiado os acionistas da empresa – ponto alvo de críticas de credores. Na visão do executivo, o plano abre espaço para todos os credores participarem do capital da companhia via bônus conversíveis e também abre espaço para que os acionistas atuais continuem participando da composição acionária da empresa. “Esse plano foi acordado consensualmente com os credores”, disse.
O executivo passou ainda otimismo com a retomada do mercado diante do sucesso da vacinação e apontou que com a negociação, considerada por ele um sucesso, a empresa vai ter custo competitivo para brigar no mercado. “Estamos vendo efeitos da nossa estratégia atual. Hoje temos mais destinos no brasil do que antes da pandemia e lideramos o mercado doméstico (brasileiro) nos últimos três meses”, disse, em referência aos números divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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