JHSF: Liberação de voo comercial em aeroportos privados é plano B para Catarina, diz presidente

O presidente da JHSF, Thiago Alonso de Oliveira, destacou que o decreto a ser editado pelo governo para permitir voos comerciais em aeroportos privados no Brasil seria apenas um plano B para o Aeroporto Internacional Catarina, terminal do grupo focado na aviação executiva. 

“Para quem desenvolveu um aeroporto para a aviação executiva e segue olhando para a aviação executiva como plano de negócios, ele (o futuro decreto) tem pouca representatividade”, disse o executivo, durante teleconferência de resultados para comentar os números do terceiro trimestre deste ano.

O executivo ponderou que, para os investidores que estão mais céticos sobre o sucesso da empreitada do grupo ao investir num terminal privado para a aviação executiva, a edição do decreto vai ser um plano B ao negócio caso o foco de hoje não vingue. “Eu acho que, objetivamente, no curto prazo isso não faz diferença”, disse. 

Reportagem publicada no dia 4 no Valor mostrou que o governo pretende editar até o fim de dezembro um decreto para a liberação de voos comerciais em aeroportos totalmente privados. A informação foi dada pelo secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann. Hoje esses terminais só podem receber operações da aviação executiva. A aviação comercial só pousa nos terminais públicos ou concedidos. 

Apesar da fala do executivo, fontes no setor há tempo afirmam que o grupo tem interesse em avaliar operações comerciais no terminal, que tem uma infraestrutura para receber esse tipo de operação. Apenas a pista tem 2,4km - 500m a mais que Congonhas. 

No terceiro trimestre, o número de movimentos (pousos e decolagens) no terminal da JHSF aumentou 89,7% em comparação com igual trimestre de 2020. O Catarina Fuel, operação de revenda de combustíveis, abasteceu 129,0% mais litros no trimestre na comparação anual.

O executivo destacou ainda o plano de ampliar dos atuais cinco para 11 o número de hangares, dentro da segunda expansão de capacidade. Oliveira apontou ainda que em uma nova expansão em breve o grupo pretende ter 17 hangares. “Objetivo para o aeroporto é ter aproximadamente 250 aeronaves baseadas”, disse. 

Trimestre marcou volta à normalidade no horário de funcionamento de shoppings e restaurantes

O presidente da JHSF, Thiago Alonso de Oliveira, apontou que o terceiro trimestre do ano marcou uma importante volta à normalidade no horário de funcionamento de shoppings e restaurantes. Os segmentos foram bastante prejudicados durante a pandemia e tiveram de ficar fechados por um longo período no ápice da crise sanitária. 

“A companhia percebeu em todas as frentes de negócio uma volta muito rápida dos seus clientes nas atividades que estavam afetadas. O que para a gente sinaliza que os clientes seguem gostando e querendo frequentar (os estabelecimentos)”, disse, durante teleconferência para apresentar os resultados do terceiro trimestre.

O grupo começou a ver avanços importantes no seu braço de shopping no terceiro trimestre. As vendas dos lojistas avançaram 45,1% na comparação com igual período de 2019, para R$ 859,9 milhões. Já a receita líquida (que considera o varejo e as vendas digitais) saltou 73,2% em igual base, para R$ 73,1 milhões.

“A decisão de ser flexível com os nossos parceiros colaborou. Toda vez que o cliente voltou ao shopping e encontrou o mesmo prestador de serviço, ele ficou bem atendido e isso se converteu em compras”, disse.

No braço de hospitalidade e gastronomia o executivo apontou janelas para crescer o negócio mais para o exterior do que no Brasil. 

“Depois de um período muito desafiador para a gastronomia em Nova York, vamos ter a inauguração do Fasano. E nesse mesmo movimento devemos ir muito em breve para Miami. Avaliamos outras oportunidades em outras cidades não somente nos Estados Unidos, como as capitais europeias”, disse. 

Sobre o braço imobiliário, o executivo apontou entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões de Valor Geral de Venda (VGV) nos seus projetos, que recebem investimentos há cerca de 15 anos e são áreas que, segundo ele, estariam bastante ancoradas. 

Questionado acerca dos impactos do aumento de juros no segmento imobiliário, Oliveira explicou que toda vez que as taxas reais de juros estão muito altas, a atividade imobiliária acaba sofrendo algum tipo de desaceleração. 

“Como empresa, estamos todo o tempo olhando para os indicadores e entendendo onde a companhia tem sua exposição de capital”, disse.