Desde que deixou de voar, em 17 de dezembro, a Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) já consumiu um total de R$ 4,8 milhões do caixa do Grupo Itapemirim, que está em recuperação judicial desde 2016. Desde agosto de 2020, são mais de R$ 32 milhões.
O montante foi apontado pela EXM Partners, administradora judicial do processo de recuperação do grupo, em petição apresentada ontem. A EXM faz duras críticas aos diretores do grupo, que estariam enviando à ITA montantes que deveriam ser destinados aos credores.
Segundo a EXM, todas as movimentações feitas pelo grupo para levar recursos à ITA foram objeto de pedido de esclarecimento, mas sem retorno. O grupo informou que mais de R$ 32 milhões já foram enviados à ITA de agosto 2020 até agora.
Os credores da viação chegaram a pedir o afastamento da atual diretoria do Grupo Itapemirim, em julho, alegando o não cumprimento do cronograma de pagamentos, além de demandarem a nomeação de um “watchdog” (responsável por monitorar as saídas de caixa da empresa) e evitar que os interesses dos credores fossem violados em detrimento da companhia aérea.
O pedido foi acatado em primeira instância. O Grupo Itapemirim, entretanto, conseguiu uma liminar na segunda instância enquanto o julgamento não é concluído.
Além das saídas de recursos para a aérea, a EXM afirma que vem apontando “saídas de recursos com destino contestável, alheio ao interesse dos credores. Dentre eles, destacam-se: quase R$ 3 milhões para pagamento de pro labores ao Sr. Sidnei Piva”. O empresário é dono do grupo e seu principal executivo.
A EXM destaca também o recente pedido do Ministério Público para que seja decretada a falência da viação e da ITA.
Procurado, o Grupo Itapemirim não se manifestou.
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