Hermes Pardini: Talvez finalizaremos duas ou três aquisições neste 1º tri, diz diretor

No fim do ano passado, o grupo fechou a aquisição de 60% do IACS Medicina Diagnóstica, por R$ 101 milhões.

A Hermes Pardini pode concluir ainda neste trimestre outras duas ou três aquisições, disse o diretor executivo de finanças e relações com investidores, Camilo de Lelis, durante call para apresentar os resultados de 2021. “As perspectivas de crescimento via aquisições continuam ótimas”, disse. 

“Temos várias em estudos no nosso pipeline, vamos talvez no primeiro trimestre finalizar umas duas ou três aquisições.” Esses negócios próximos de serem finalizados já estariam nas conversas finais, segundo o executivo. 

“O efeito de custo de capital tem influenciado nessas aquisições. Mas temos conseguido ser bastante eficientes nas negociações e mantendo múltiplos alinhados com padrões de mercado”, disse. 

O grupo tem mantido um forte apetite para aquisições. No fim do ano passado, fechou a aquisição de 60% do IACS Medicina Diagnóstica, por R$ 101 milhões. Considerando o valor da empresa, essa foi a maior transação já fechada pelo Pardini desde sua abertura de capital, em 2017. Segundo Roberto Santoro, presidente executivo do grupo, a empresa continua focada na medicina diagnóstica e nos investimentos em infraestrutura. “Parte importante também é que as estratégias de [fusões e aquisições] são convergentes”, disse. 

Já O diretor executivo de negócios lab-to-lab da Hermes Pardini, Fernando Ramos, destacou que o grupo esperar repassar pelo menos 50% da variação do IPCA nos últimos 12 meses como forma de reajuste na sua carteira. 

“Concluímos a maior parte da negociação em janeiro. Ainda tem alguns clientes em etapa avançada para ser implementada em fevereiro. Devemos ficar próximo da orientação do IPO, de passar pelo menos 50% do IPCA à nossa carteira de clientes. Talvez fique um pouco acima disso. Para restabelecer um grau de rentabilidade e competitividade no segmento em 2022”, afirmou. 

Ramos lembrou que em 2021 a empresa fez um reajuste em março, um pouco acima do IPCA de 12 meses anterior. “Mas quando pegamos o IPCA dos últimos 12 meses falamos de um patamar muito maior. Ele fez a gente antecipar o reajuste”, disse, destacando que as notificações aos clientes já começaram a acontecer em dezembro.

“Vimos nossos principais concorrentes fazendo reajuste, os nossos fornecedores também promovendo reajustes. Entendemos ser propício trazer esse assunto. Temos intenção de promover reajustes anualmente. A depender da taxa de inflação em cada ano os percentuais vão variar. Ideia é que isso se torne rotina, como é comum em diversos outros elos da cadeia”. 

Lelis acrescentou que o grupo espera um novo crescimento na procura por testes de covid-19 depois do Carnaval. “Em janeiro realizamos um volume muito maior (de testes de covid-19) do que o realizado em janeiro do ano passado. Em fevereiro já tivemos queda contra a média que tivemos em janeiro. Acreditamos que após o período de carnaval possamos ter crescimento novamente na busca por exames de covid”, disse. 

Ele destacou que mesmo diante de uma menor procura em fevereiro, o grupo tem mantido sua estrutura pronta e organizada para este novo crescimento na demanda. “Para 2022, o nosso planejamento estratégico tem precificado um volume muito menor de testes de covid. Obviamente que em janeiro (esse volume) foi superado. Mas acreditamos que teremos em 2022 ainda algum percentual representativo do que foi realizado em 2021”, disse. 

Os executivos apontaram ainda expectativa de crescimento significativo nos seus dois novos braços, o Apoio Hospitalar e a Pardis – Pardini Distribuidora, que foram iniciados no final de 2020 para início de 2021. “Esses dois negócios ganharam relevância e cresceram mais do que o ‘business’ tradicional”, disse Ramos. 

O foco do grupo é multiplicar por três ou quatro o porcentual de participação destes segmentos no total do faturamento lab-to-lab – no ano passado, este porcentual foi de 4,7%. 

No lado do apoio hospitalar, o executivo disse que o grupo já faz gestão de seis laboratórios dentro de hospitais. “Hoje nosso foco são três grandes perfis. Hospitais gerenciados por operadoras de saúde com perfil verticalizado, hospital com alto grau de especialização (oncologia, por exemplo) e hospitais de referência. Temos uma série de ações em prospecção em andamento”, disse. 

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico. 

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