GPA terá nova loja para concorrer com hortifrútis

Há o plano de abrir mais uma unidade ainda neste ano em São Paulo, além de algo entre 15 e 20 no ano que vem.

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O Fresh terá entre 400 e 900 metros quadrados de loja. Com isso, ele vira um intermediário entre o Minuto Pão de Açúcar e o Pão de Açúcar tradicional. (Foto: GPA/Divulgação)

O GPA anunciou ontem uma nova unidade de negócio que pretende brigar com padarias, açougues e feiras livres dentro de grandes cidades: o Pão de Açúcar Fresh. O novo formato vai focar em alimentação fresca e perecível. A primeira unidade, inaugurada hoje, fica São Caetano do Sul, em São Paulo. Há o plano de abrir mais uma unidade ainda neste ano em São Paulo, além de algo entre 15 e 20 no ano que vem.

Segundo o CEO do GPA, Jorge Faiçal, a decisão da empresa de sair do segmento de hipermercados com a venda de 71 lojas da marca Extra está diretamente alinhada com o anúncio.

“Uma parte do caixa que o GPA vai receber (R$ 5,2 bilhões da venda das lojas) será convertida para a marca Pão de Açúcar, em diferentes formatos. Vamos investir em expansão acelerada no Pão de Açúcar tradicional, mas investir também nos formatos de proximidade”, disse, durante coletiva. O plano é usar cerca de R$ 1,2 bilhão do recurso captado em expansão das lojas (não apenas no modelo Fresh).

O Pão de Açúcar Fresh tem diversos concorrentes pequenos de bairro, mas também há nomes de peso, como o Natural da Terra, uma das maiores varejistas de frutas, legumes e verduras do país e que foi comprada pela Americanas em agosto, por cerca de R$ 2 bilhões.

O objetivo do GPA é oferecer um sortimento especializado em frutas, legumes e verduras, serviços em açougue, peixaria, sushi, padaria e balcão de frios & queijos, além de sortimento de conveniência de mercearia básica, complementar e líquida, como itens de café da manhã, azeites, massas e vinhos.

Faiçal, apontou que o grupo pretende lançar, no ano que vem, entre 15 e 20 lojas do Pão de Açúcar Fresh. Mas ele mesmo reconheceu que a meta é modesta. “Na medida que a gente confirmar que o formato vai ser um sucesso, podemos colocar ainda mais recursos para acelerar o crescimento. Lançar 15 a 20 lojas a gente acha muito pequeno. Pode ser formato a ser multiplicado a centenas”, disse o executivo.

A ideia é que a loja seja mais seletiva nos produtos a serem ofertados. “O shampoo e condicionador não têm. Não é o lugar para encher carrinho. É uma loja de alta frequência. A gente acredita que os nossos consumidores do bairro frequentarão a loja uma ou duas vezes por dia até”, disse.

Dentro do plano de expansão, o GPA quer dobrar nos próximos três anos a quantidade de lojas do formato Minuto Pão de Açúcar – hoje, são 92 lojas. O grupo tem ainda 140 Mini Extra – o GPA saiu apenas do braço de hipermercados, mas manteve a marca Extra.  

Com o caixa forte, a empresa estuda crescer via aquisições. “Estamos estudando aquisições em vários formatos. Tanto de proximidade, quanto premium, e até rede de varejo em regiões mais populares. Nosso departamento de M&A é ativo”, disse o executivo. Mesmo com as sinalizações, disse não haver nada concreto por ora para apresentar.

Frederic Garcia, diretor de negócios especializados do GPA, explicou que o modelo Fresh terá entre 400 e 900 metros quadrados de loja. Com isso, ele vira um intermediário entre o Minuto Pão de Açúcar (que vai até 300 metros de loja) e o Pão de Açúcar tradicional (que começa em 1.000 metros quadrados).

“Esse tamanho nos permite entrar em áreas com público A e B extremamente verticalizadas”, explicou o executivo. As unidades terão ainda serviço de entrega de compras em domicílio com triciclo elétrico e delivery por diversos aplicativos de entrega.

Garcia disse ainda que a estratégia é expandir o modelo nas cidades em que o Pão de Açúcar está presente. As primeiras duas lojas a serem inauguradas serão no estado de São Paulo, mas no horizonte o grupo quer ir para outras unidades federativas.

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico.

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