A brasileira Okean Yachts, fundada em 2015 por Nércio Fernandes, um dos fundadores da Linx, tem pedidos para construir 31 iates neste ano, sendo 23 da sua marca. Em 2021, foram dez barcos. O setor, segundo o presidente da empresa, Roberto Paião, está com forte demanda sobretudo para embarcações acima de 50 pés, área de atuação da Okean.
A meta da companhia é chegar em dezembro com faturamento de R$ 162 milhões, mais de três vezes do que os R$ 50 milhões do ano passado. O grupo é o único estaleiro no mundo licenciado para a produção de iates da marca italiana Ferretti - o primeiro desses produzido pela Okean foi entregue no início deste mês, por um valor de R$ 10 milhões.
Para além dos 23 iates da marca própria já vendidos neste ano, o grupo tem pedidos fechados para construir outros sete iates da marca italiana - no estaleiro de Itajaí (SC). A operação da Okean foi transferida de Guarujá (SP) para Santa Catarina, em um investimento de R$ 40 milhões e uma área construída que deve chegar a 11 mil metros quadrados até o meio deste ano. O estado catarinensee concentra as maiores empresas do segmento náutico no país.
“Queremos investir entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões nos próximos três anos”, disse Paião. Recurso em caixa não vai faltar. A Linx foi vendida por quase R$ 6,8 bilhões à Stone em dezembro de 2020, após uma disputa ao longo de quatro meses com a Totvs pelo ativo. O plano de Fernandes é criar uma “Embraer dos mares”, em referência à fabricante brasileira de aviões.
O principal cliente da Okean hoje é o mercado dos Estados Unidos - 90% da produção é exportada. O preço dos iates da marca parte de US$ 1,3 milhão (para o menor deles, de 50 pés) e vai a US$ 5 milhões (versão de 80 pés).
A companhia desenvolve ainda um novo modelo de 70 pés, a ser lançado em 2023. Questionado, o presidente da Okean disse que embarcações menores não estão entre os planos hoje - embora haja interesse dos clientes. A competição no mercado de barcos abaixo de 50 pés, disse ele, já seria muito grande.
Paião observou que o momento é muito favorável para o mercado de iates no mundo. “A pandemia trouxe efeito contrário do que se imaginava. O barco é um local seguro. É um apartamento que você leva para onde quiser”, disse.
A estimativa é que o mercado náutico do Brasil tenha faturado R$ 840 milhões em 2021, com um crescimento de 10% ante 2020 e de 20% em relação a 2019. Os dados são da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos (Acobar).
Um movimento importante no mercado é o de endinheirados levando seus iates para do país, para navegar na Europa, por exemplo - o frete, de navio, fica na casa de US$ 80 mil. “A facilidade e o custo de viver essa experiência é muito menor do que vivê-la no Brasil”, disse, em referência à falta de infraestrutura para os proprietários de barcos grandes por aqui.
Há alguns concorrentes no Brasil como a Schaefer, Intermarine e sobretudo Azimut, italiana que abocanha cerca de 60% do mercado nacional de barcos acima de 60 pés. A produção no Brasil é de cerca de 100 unidades ao ano destas embarcações maiores, segundo o executivo. A parceria da Okean com a Ferretti, fechada no fim de 2020, foi uma estratégia para a Ferreti concorrer com a Azimut, que navegava até então quase sozinha no território brasileiro, no segmento de barcos de luxo acima de 50 pés.
A meta é que a Ferretti salte de algo como 5% do mercado neste ano para perto de 20% em 2025 - quando é esperado entregar 17 embarcações da marca aqui no Brasil produzidas nas instalações da Okean. “Nossa expectativa é dividir esse share [com a Azimut] em três anos. Não é simples. É uma meta agressiva”, disse.
A primeira unidade feita no Brasil e licenciada pela italiana foi um modelo de 55 pés avaliado em cerca de R$ 10 milhões. A embarcação, feita em Itajaí, já foi entregue. Além desta, outras duas unidades de 72 e 85 pés da marca já estão em linha de produção. O plano de Paião é entregar mais sete iates Ferretti, já contratados, neste ano.
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