Com as festividades de final de ano se aproximando e diante de uma retomada consistente na demanda, as companhias aéreas estão aumentando a oferta de voos para os próximos meses.
O fato de haver mais pessoas vacinadas no país explica a volta do passageiro aos aviões. Quase metade da população já está vacinada com duas doses ou tomou o imunizante de dose única. E 70% já tomou uma dose.
Nos primeiros 15 dias de setembro, a malha aérea doméstica do país representou 74,6% do que era no início de março de 2020, antes do impacto da pandemia. É o quinto mês consecutivo de crescimento, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Na segunda-feira, a Gol divulgou suas perspectivas para o fechamento do terceiro trimestre e, junto, já trouxe algumas pistas para o final do ano. “Nosso foco no quarto trimestre é adequar diligentemente nossa capacidade ao aumento da demanda, tanto no segmento de viagens a negócios como as viagens a lazer em função da temporada de férias, aumentar o inventário de assentos para as vendas da Black Friday e o retorno das rotas internacionais para Punta Cana, Cancún e Montevidéu”, disse Richard Lark, vice-presidente financeiro da aérea, em nota.
A Gol planeja aumentar sua capacidade no quarto trimestre do ano em aproximadamente 30% sobre o terceiro, antecipando uma demanda sazonal mais forte. A Gol disse esperar um prejuízo líquido por ação de R$ 2,58, ou US$ 0,99 por ADR, no terceiro trimestre.
No Brasil, a Latam vai operar em outubro com 82% da sua oferta doméstica em comparação com 2019. Ao todo, serão 478 voos nacionais diários.
O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, destacou, durante evento promovido pela aérea ontem, que o setor como um todo está muito próximo da retomada total, que deve chegar já no início do ano que vem no mercado doméstico - embora o internacional só deva voltar totalmente em meados de 2023.
Antes da pandemia, a empresa operava em 44 bases domésticas. A estimativa é que no segundo trimestre de 2022 esse número salte para 56.
Cadier ponderou que o preço médio das passagens tende a nunca voltar aos níveis de 2019, porque o mix de passagens vendidas será formado por menos bilhetes corporativos e mais de lazer, que são, em geral, mais baratos. O turista não compra passagem em cima da hora e consegue um preço mais baixo.
Mas o que muitos passageiros estão sentindo agora é que o preço do bilhete está bem salgado, pois as empresas aéreas vêm reajustando os preços em relação à queda registrada em 2020. Além disso, rotas como São Paulo-Rio de Janeiro já apresentam bilhetes mais caros do que antes da pandemia, sustentando assim o caixa das aéreas.
A Azul acelerou o passo e superou sua oferta do pré-pandemia já no meio deste ano. O tráfego doméstico de passageiros (medido em receita por passageiro por quilômetro, ou RPK) aumentou 8,7% em relação a setembro de 2019. A taxa de ocupação foi 80,3%. No fechamento do trimestre, a empresa teve uma alta de 8,8% na oferta no mercado doméstico contra o pré-pandemia.
“A demanda doméstica no Brasil continua progredindo à medida em que aumentamos a nossa capacidade em 43% no trimestre. Forte tendência de vendas, com tarifas médias e receita vendida acima dos níveis de 2019. Estamos muito animados com o potencial da nossa receita para os próximos meses”, disse John Rodgerson, presidente da Azul, em nota.
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