Com avião elétrico, Flapper quer classe média

Startup fechou contrato com MagniX para comprar motores de propulsão elétrica.

A Flapper deu um passo na direção de eletrificar parte da frota que usa para seu negócio de fretamento aéreo. A economia prevista é de 50% no custo operacional do avião, abrindo espaço para o passageiro da classe média.

Anunciou, na segunda-feira, um contrato com a norte-americana MagniX no qual prevê comprar motores de propulsão elétrica magni650 (EPUs) para a conversão de até 20 aviões do modelo Cessna Grand Caravan em aeronaves elétricas. A Flapper tem à disposição para fretamento 800 aeronaves, entre helicópteros e aviões.

Pelo contrato, a Flapper terá exclusividade com a fabricante do motor, travando a passagem de concorrentes que também operam o modelo, como a Azul Conecta, a empresa de aviação regional da Azul. O valor do negócio não foi divulgado.

O Caravan elétrico, cuja estimativa é entrar no mercado em 2024, após aprovações de órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), consegue trazer uma economia de 50% no custo operacional em relação ao modelo à combustão. “A aviação sub-regional, que são as últimas pernas, ela praticamente não é rentável sem o governo pagar subsídio”, disse Paul Malicki, CEO da Flapper. A ideia do grupo é marcar território neste mercado, onde a Azul tem crescido significativamente.

Hoje, o preço de um assento na modalidade táxi-aéreo ainda é uma barreira para uma expansão mais robusta da demanda, mas ele tem caído. A economia que motores elétricos tendem a trazer abriria espaço para o passageiro de classe média que hoje não é cliente, diz o executivo.

Esse não é o primeiro passo em energia elétrica. A Flapper fechou neste ano acordo com a Eve, da Embraer, para comprar 25 veículos elétricos de pouso e decolagem vertical (chamados eVTOLS).

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico. 

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