American Airlines quer dobrar voos para o Brasil até fim do ano

Com o anúncio do governo dos Estados Unidos de abertura das fronteiras a partir de novembro para turistas, a American Airlines irá mais que dobrar o seu número de voos partindo do Brasil para os EUA até dezembro. Hoje, são 16 voos semanais, número que vai chegar a 38 até final do ano, segundo a vice-presidente comercial para a América Latina, Caribe e Flórida, Christine Valls, e o diretor comercial no Brasil, Alexandre Cavalcanti, em conversa com o Valor. O grupo ainda deu um passo a mais por aqui ao anunciar o aporte de US$ 200 milhões na Gol.

“Vemos potencial e demanda”, disse Cavalcanti, reforçando o compromisso da aérea com o Brasil, que é atendido pela norte-americana há 31 anos. Entre as ampliações estão GRU – JFK (em Nova York, que passará a ter voo diário no fim de outubro, contra três semanais atualmente) e GRU-Miami (10 semanais em novembro contra sete hoje).

Antes da pandemia, a empresa operava 50 frequências semanais. Entretanto, três rotas (São Paulo-Los Angeles,  Brasília-MIA e Manaus-MIA) foram encerradas (as duas primeiras sem relação com a pandemia). Descontando os 15 voos semanais das três rotas finalizadas, a empresa irá superar o nível pré-pandemia até dezembro deste ano.

Os executivos destacaram que ainda há dúvidas sobre quais vacinas que vão ser aceitas para a abertura norte-americana, mesmo assim a procura por passagens já está grande. Apenas no Brasil, as buscas de passagens da AA cresceram 125% comparando os dias 13 de setembro e 20 de setembro (dia do anúncio), disse Cavalcanti.

“A retomada no Caribe foi relativamente rápida porque muitos americanos estavam fazendo viagens curtas, para a Flórida, Caribe ou Cancún”, disse Valls, destacando que atualmente a empresa já tem 29% mais voos no México do que tinha em 2019. Na Colômbia, a empresa dobrou sua capacidade na comparação com o pré-crise especialmente ao inaugurar novas rotas, como Nova York e San Andrés.

A executiva explicou que a empresa acabou se beneficiando das viagens que foram feitas dentro do chamado “turismo de vacina”, em que as pessoas voavam para os Estados Unidos para conseguir se vacinar. “Nós voamos por Miami para a maioria dos destinos na América Latina”, lembrou.

O desafio maior hoje é a retomada corporativa, embora seja possível ver algum volume hoje. “As grandes corporações ainda não retornaram e não esperamos que eles voltem totalmente até 2024”, disse.

A American Airlines registrou um prejuízo líquido de US$ 2,067 bilhões no segundo trimestre de 2020, ante um lucro de US$ 662 milhões no mesmo período do ano anterior, com a pandemia ainda complicando os resultados, sobretudo a variante  Delta.

No mês passado, a empresa anunciou aporte de US$ 200 milhões na Gol, o que deu direito à americana a um assento no conselho da maior aérea brasileira. O passo foi uma ampliação de um acordo de codeshare já iniciado em fevereiro de 2020.

Questionada se há espaço para ampliação dessa parceria, como a criação de uma joint venture com a Gol, Valls não descartou, mas disse que novos passos vão demorar um pouco para acontecer. “Fechamos o acordo e temos de sentir ele, ver como vai ser”, disse.