Aeroviários de Guarulhos, Recife e Porto Alegre também se movimentam para iniciar greve

O passo segue a mesma direção dos aeronautas (pilotos e comissários), que decidiram nesta semana que vão iniciar uma paralisação no dia 29

Os aeroviários (profissionais que ajudam na operação em solo) também estão se movimentando para iniciar uma greve diante das discussões acirradas com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) acerca da convenção coletiva de trabalho da categoria. Segundo sindicalistas, há assembleias hoje com os trabalhadores do terminal de Guarulhos, Recife e Porto Alegre. 

O passo segue a mesma direção dos aeronautas (pilotos e comissários), que decidiram nesta semana que vão iniciar uma paralisação no dia 29.

O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru), Rodrigo Maciel, disse ao Valor que a primeira de duas assembleias já ocorreu hoje e teve veredicto favorável pela paralisação (no caso do terminal de Guarulhos). Dos cerca de 200 presentes, segundo estimativa de Maciel, apenas um votou contrário. A próxima assembleia será no fim da tarde de hoje, em que os trabalhadores do turno da tarde, noite e madrugada vão poder votar (um grupo bem maior do que a votação anterior). 

A deliberação aprovada na manhã de hoje e que também será avaliada no fim do dia pelo restante da categoria em Guarulhos é de uma paralisação de 50% do efetivo no dia 30, a partir das 6h, por um dia. A ideia é realizar uma outra assembleia no dia primeiro para deliberar sobre os rumos do movimento. “Diante do desfecho da manhã e do que temos ouvido dos funcionários, acredito que [a paralisação] vai ser aprovada, sim”, disse Maciel. 

Há assembleias acontecendo também hoje em Recife e Porto Alegre. Sindicatos de terminais de São Paulo (Congonhas), além de Belo Horizonte (MG), Amazonas e Alagoas também fazem parte do movimento e devem se reunir com os seus associados na semana que vem. 

No geral, a categoria pede a reposição salarial dos últimos 12 meses, movimento que tem sido negado pelo sindicato patronal. A Latam, segundo Maciel, resolveu negociar de forma individual com a categoria, mas a proposta também estaria aquém do que o grupo busca – embora seja melhor do que a patronal, ponderou. 

Já os pilotos e comissários vinculados ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) aprovaram, na tarde de quarta-feira, o início de greve da categoria diante das disputas acerca da nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o Snea. 

A greve vai começar à 0h do dia 29 de novembro, em todo o país, por tempo indeterminado.  Segundo o sindicato, os aeronautas farão a paralisação de 50% dos tripulantes por dia, enquanto os outros 50% permanecerão em serviço. O setor tem papel central no transporte de insumos para o combate à pandemia – como a própria vacina. 

O Snea, entretanto, tem feito duras críticas ao movimento. “Desde a primeira reunião de negociação para a Convenção Coletiva, o Sindicato Nacional dos Aeronautas incentivou a categoria a estabelecer estado de greve, sem qualquer consideração, contraproposta ou caminho alternativo para as pautas apresentadas pelas empresas para negociação, e, ainda, insistindo na reposição integral da inflação dos últimos 24 meses, ignorando a convenção coletiva vigente e a realidade financeira do setor”, disse o sindicato, sobre o movimento do SNA. 

A Snea apontou ainda que o SNA não cumpriria o rito legal previsto na Lei de Greve ao estabelecer, unilateralmente, que apenas 50% do quadro efetivo permanecerá em atividade. Tal prática, segundo o Snea, inviabilizaria a garantia da prestação de serviços.

Reportagem publicada originalmente no Valor Econômico. 

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