A francesa Accor, maior rede de hotéis do mercado brasileiro, tem a meta de inaugurar 17 hotéis - foram 15 no ano passado - e alcançar 347 empreendimentos no país Com o avanço, o grupo quer chegar a 56 mil quartos, alta de 5,6% em relação a 2021, disse Thomas Dubaere, CEO da Accor na América do Sul.
O grupo também monitora a crise entre a Ucrânia e Rússia, que coloca em risco a segurança de 2 mil colaboradores na Rússia e centenas na Ucrânia.
“Em primeiro lugar, sendo a Accor uma empresa com origem na Europa, não podemos deixar de lamentar pelas pessoas que vão sofrer com essa guerra na região”, disse o executivo ontem ao Valor. Em termos de negócios, a Ucrânia e a Rússia representam menos de 1% do patrimônio líquido da empresa. Mas Dubaere destacou que o que é relevante para a Accor neste momento são os seus 2 mil colaboradores na Rússia e algumas centenas na Ucrânia. “Lamentamos também porque estamos começando a nos recuperar de uma crise global de saúde pública. Um conflito desse porte não é bem-vindo”.
No ano passado, o grupo faturou 400 milhões de euros na América do Sul, uma queda de 42% na comparação com 2019. Globalmente, o faturamento foi de 2,2 bilhões de euros, crescimento de 34% em relação a 2020, mas queda de 42% em comparação a 2019. O lucro líquido ficou em 85 milhões de euros em 2021 - no ano anterior registrou prejuízo de 1,988 bilhão de euros, conforme balanço divulgado ontem.
O Brasil tem um peso importante para os negócios na região e abriga cerca de 80% dos 410 hotéis da Accor na América do Sul. Segundo o executivo, a empresa tem em seu pipeline outros 81 hotéis na região, sendo 58 apenas em território brasileiro.
Dubaere disse que 2021 se mostrou um ano melhor para o setor. Após um período difícil, a empresa registrou em dezembro um RevPar (receita por quarto disponível) na América do Sul melhor do que em igual mês de 2019. No fechamento do ano, o RevPar da empresa apresentou queda de 42% na região.
Antes, a expectativa da empresa para a América do Sul era retomar os níveis apenas no segundo semestre de 2022. “O segmento corporativo acabou retomando antes do que a gente imaginava”, disse, destacando que 90% do turismo de negócios do Brasil é ligado ao mercado doméstico - com exceção de São Paulo, que tem sofrido mais os efeitos da pandemia.
“Para 2022, vamos estar mais ou menos no nível de 2019”, disse o executivo. Ele destacou que neste início de ano a ômicron acabou trazendo um efeito marginal aos negócios. “Tivemos alguns cancelamentos”, disse, ponderando que o cenário já foi superado.
O grupo vê uma janela de oportunidade grande para alavancar o seu modelo de franquias. Hoje, elas representam por 42% do negócio na região e a meta é fazer chegar a 50%. Há 10 anos, elas representavam apenas 10%. O grupo aposta também em um modelo que combina hotel com residencial, uma forma de aproveitar a força das marcas do grupo. A ideia é lançar um primeiro projeto em breve no Brasil e vários já ganharam forma em outros países da região.
A Accor também demonstra otimismo com a Wojo, sua marca global de coworking, lançada no Brasil em 2021. O executivo se disse surpreso com a aceitação do modelo, que já no início de 2022 bateu 150 pontos de serviço. A empresa planeja para o primeiro trimestre abrir 50 novas unidades Wojo na Argentina, Colômbia, Chile e Peru.
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